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quarta-feira, janeiro 27, 2021

Não se mate - Carlos Drummond de Andrade



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 Carlos, sossegue, o amor

é isso que você está vendo:
hoje beija, amanhã não beija,
depois de amanhã é domingo
e segunda-feira ninguém sabe
o que será.

Inútil você resistir
ou mesmo suicidar-se.
Não se mate, oh não se mate,
reserve-se todo para
as bodas que ninguém sabe
quando virão,
se é que virão.

O amor, Carlos, você telúrico,
a noite passou em você,
e os recalques se sublimando,
lá dentro um barulho inefável,
rezas,
vitrolas,
santos que se persignam,
anúncios do melhor sabão,
barulho que ninguém sabe
de quê, praquê.

Entretanto você caminha
melancólico e vertical.
Você é a palmeira, você é o grito
que ninguém ouviu no teatro
e as luzes todas se apagam.
O amor no escuro, não, no claro,
é sempre triste, meu filho, Carlos,
mas não diga nada a ninguém,
ninguém sabe nem saberá

Carlos Drummond de Andrade.

O CUME (POEMA)

 

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No alto daquele cume,

Plantei uma roseira.

O vento no cume bate.
A rosa no cume cheira.

 

Quando cai a chuva fina,
Salpicos no cume caem.
Formigas no cume entram.
Abelhas no cume saem.

Quando cai a chuva grossa,
A água do cume desce.
O barro do cume escorre.
O mato do cume cresce.

Então quando cessa a chuva,
No cume volta a alegria.
Pois torna a brilhar de novo
O sol que no cume ardia.

 

O CAIXEIRO VIAJANTE E A DIVIDA DOS OVOS COZIDOS

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Contava meu pai que certa vez um caixeiro viajante trespassado de fome chegou a pensão de uma senhora.

Então ele pediu arrancho, deu água a seu burro e o colocou num pasto para comer.

Em seguida ele perguntou para a senhora o que tinha para comer. Ela disse que não tinha sobrado nada do almoço, mas tinha uma dúzia de ovos que ela havia cozido justamente para vender.

Neste momento o homem se lembrou que havia realizado compras e gastado todo o dinheiro. Então ele propôs a senhora que lhe vendesse a dúzia de ovos que na volta ele lhe pagava. Tendo ela aceitado pelo valor de 1 conto de reis cada um perfazendo 12 contos de reis.

Passado cerca de 2 (dois) anos o caixeiro retornou para pagar os ovos, momento em que a dita senhora falou que sua divida não era mais doze contos,  porque 12 ovos se chocados tiravam doze pintos, que se transformavam em 12 capões e que seriam vendidos perfaziam 1.200,00 contos de reis. Sendo este o valor que ele devia.

Naquela época 1200,00 contos de reis era tanto dinheiro que dava quase para comprar uma fazenda. E consumia praticamente todo o capital do comerciante. Ou seja, se ele pagasse a divida quebraria.

Assim, estabeleceu-se uma pretensão resistida, uma vez que o caixeiro o devedor não aceitou a atualização da divida nos termos propostos.

Como as partes não chegaram a um acordo a senhora judicializou a cobrança, insistindo na atualização da divida nos termos mencionados, de que se tivesse chocado os ovos estes tirariam doze pintos, que se transformavam em doze capões, e bla, bla, bla.

Quando estava se aproximando o dia da audiência o caixeiro procurou um advogado e depois de lhe contar o acontecido este se propôs a patrocinar a sua causa. Mas disse, vou chegar atrasado, não se preocupe.

Chegado o dia da audiência compareceram as partes, o juiz, o advogado da autora, mas o advogado do caixeiro se atrasou.

Depois de algum tempo de espera o juiz perdeu a paciência e passou a apregoar as partes mesmo sem o dito advogado. Quando de repente este chegou muito cansado e afrontado.

E quando chegou a sua vez de falar ele passou a dizer.

“Excelência peço desculpas pelo atraso é que dormi mal, pois esta noite passada meu pai que está grávido começou a sentir as dores de parir e eu tive que assisti-lo. Não bastasse isso, mesmo tendo acordado tarde, antes de vir para esta audiencia ainda tive que tirar leite de uns bois. Eis o motivo do atraso.”

Nesse momento houve um alvoroço no tribunal. As pessoas diziam umas para as outras: - como pode! Esse advogado deve ser louco, pois onde se viu homem dar a luz e e boi produzir leite?

Tendo o juiz bradado: Dr. o senhor é doido é? Sua historia é absurda. Onde já se viu homem dá a luz e boi produzir leite? O senhor está fazendo chacota desse juízo?

No que o advogado respondeu:

- Ora Excelência, com o devido respeito a historia que eu contei neste tribunal não é diferente da que a autora está contando nesta ação, pois os ovos que o meu cliente comeu estavam cozidos. E ovos cozido não tira pinto.

Tendo o julgador concordado. No entanto para não haver enriquecimento sem causa o juiz determinou que o caixeiro pagasse o valor combinado com juros e correção monetária.  

 

Obs. Esta é uma estória de ficção, qualquer semelhança será mera coincidência.

 

Meus mais sinceros respeito aos advogados do Brasil e do Mundo. Esclareço que este conto não pretende de forma alguma ofender a classe de advogados, pelo contrario a exalta, pois os advogados defendem teses.